domingo, 25 de setembro de 2011

Etnocentrismo: um sentimento que cega!

Rock in Rio também nos oferece situações que nos levam a refletir
Por: Wlademir Ferreira Filho

Foto: Google imagens
        
Foto: Google Imagens


Em uma despropositada pesquisa na internet encontrei uma matéria do Google notícias sobre a participação de Cláudia Leite na primeira noite do Rock in Rio 2011. A grande surpresa foi quando comecei a ler os comentários dos internautas sobre a matéria. Vejam alguns desses comentários transcritos abaixo:

“Pode crer, realmente esse Rock in Rio nada a ver. Gente, esse evento é de ROCK não de AXÈ, fora o axé em eventos! Isso parece uma praga.

“Quem gosta de axe q va pra bahia! Querem enfiar essa m.er.da de musica goela abaixo das pessoas, por favor... Pra comecar, axe eh um ritmozinho que merecia ser eliminado, nem pode ser chamado de musica, pior ainda eh colocar essa bo.st.a em rede nacional e em um festival onde se paga caro pra assistir. Isso soh mostra que deve ter faltado dinheiro pros organizadores terem contratado coisa melhor!

“Vai cantar AXÉ para a BAIANADA minha filha!

Que tristeza! A Bahia de tantos músicos bons hoje a mídia não dá espaço para o que presta e só para porcarias.Voces precisam ver os pagodes.São verdadeiras aberrações.Palavrões,xingamentos,falta de amor total.Enquanto isto os bons músicos baianos tocam na europa.Quem manda ? A MIDIA

“Um monte de otário falando da bahia, eu sou paulistano e moro em salvador que é bem melhor do que essa bosta do rio de janeiro que só tem trafico de drogas. Vai se xxxx vc que falam mal da bahia seus imbecis, no carnaval o que mais da aqui é turista de são paulo e rio, mas eu nunca vi ninguem sair daqui para ver essa porcaria de escola de samba. Só lembrando que eu tb não gosto da claudia leite... E ao jose que comentou aqui, meu querido, vai se alfabetizar que axé é com x e não com j seu burro. E pra juliana, ritimozinho é rock que só tem som de guitarra encomodando o ouvido da gente. Que merda de ritimo”.


“O problema das pessoas é achar que a sua opinião é a única e verdadeira. A filosofia do Rock in Rio não é apenas Rock Roll e sim liberdade de expressão! Por isso se tem mais de um palco. Temos que respeitar o gosto de cada um! Viva o Axé, Samba, Pagode, Funk, Sertanejo e principalmente o ROCK IN RIO. Parabéns Cláudia e sucesso sempre.

É possível que uma análise menos atenta dos comentários acima nos leve a pensar que o único problema que eles apresentam são os erros de grafias e os palavrões que os recheiam. Esses problemas são até duas características de textos que veiculam na internet, sobretudo em comentários, portanto podemos dizer até que não são problemas propriamente ditos. O mais grave do que lemos acima, na verdade, é o conteúdo, ou melhor, o que ele expressa e o como isso nos cega.
As falas dos internautas autores dos comentários acima expressam um sentimento que já foi – e ainda é – motivo para muitos conflitos bélicos e genocídios históricos. Trata-se do etnocentrismo, uma visão de mundo que leva o sujeito a menosprezar as culturas diferentes e a avaliar o diferente pelos seus valores e crenças. Esse sentimento tem que ver com a dificuldade de conviver com a diferença, considerando-a inferior, e está diretamente relacionado com o preconceito.
Não estamos falando de sermos obrigados a adotar ou a forçar o gosto pela diferença, mas de respeitá-la. Ou seja: ninguém é obrigado a gostar de rock, axé, pagode ou samba, mas precisamos respeitar aqueles que adotam determinado gênero musical. Não estamos falando também em cerceamento de expressão: posso muito bem expressar minhas preferências musicais sem agredir ou ofender o outro.
Outro fenômeno que aflora com esse sentimento é uma espécie de cegueira conceitual. Vejam-se as fotos que encabeçam este texto. Qual delas é a mais vulgar? Ou melhor: há vulgaridade em alguma delas? Por que será que poucos notaram o gesto pouco comportado de Rihanna, mas consideraram um ato de “pornografia” e uma ofensa à imagem da brasileira lá fora a aparição da calcinha de Cláudia Leite? Duas prováveis respostas: 1) talvez o problema não seja a calcinha aparecendo, mas a pessoa, o ritmo e o povo representado por Cláudia Leite; 2) quem sabe estamos diante de um fenômeno sociológico que deve nos envergonhar: valorizamos mais o que vem de fora do que aquilo que é da gente, do nosso povo.
Quero esclarecer que não tenho um gosto musical que adote o axé, o funk e o tecnomelody, mas tenho a consciência de que criminalizar e ridicularizar esses ritmos é o mesmo que fazê-lo com o grupo de pessoas que os adotam como gosto musical. Prefiro usar da atitude expressa pelo autor do último comentário acima: liberdade de expressão e respeito às diferenças. Quanto ao direito de expressar minha opinião, lembrem-se: meu direito acaba onde inicia o direito do outro. É preciso respeitar esse limite.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

SAÚDE PÚBLICA

Foto: Insoonia.com

Como está a saúde publica? E o atendimento nessa área? Como está hoje a saúde da população de baixa renda, sem o mínimo de condições para pagar uma consulta particular. Os usuários são obrigados a dormir na fila dos pronto-socorros. Correndo risco, dormindo no chão, muitos trazem cobertas e alimentos sabendo que iram ficar horas até o dia amanhecer. É ótimo quando essas pessoas que passaram a noite na fila conseguem ficha para serem atendidas, porque em muitos hospitais do município tem um limite de ficha para cada especialidade. Alem disso tem pessoas que ficam na fila para vender as fichas que são distribuídas, enquanto pessoas que passaram a noite e a madrugada não conseguem, sem falar na falta de equipamento, e quando tem às vezes danificam por falta de manutenção. No pronto socorro da Cidade Nova 6, ocorreu um episodio de paciente onde reclamou na demora de atendimento, poucos profissionais na área, e a super lotação, pessoas que passam três horas na espera de atendimento, e muitos nem conseguem. Infelizmente é uma cultura implantada não só em nosso município, mas no país. Onde estar o dinheiro do nosso imposto que por sua vez poderia trazer melhoras para a população ou apenas estão tirando dos pobres para beneficiar os ricos?        

Por: Camilo Carvalho

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

FALAR é a solução!!!

Por Hildson Jr.
Em vista de no decorrer dos tempos, se estar percebendo um aumento da violência, nas ruas, nas casas e até mesmo nas escolas, que é - ou pelo menos deveria ser - um lugar de educação. Com agressões verbais e físicas ao próximo, as escolas e demais instituições educacionais têm sido o maior alvo desse assunto, como é de fato notório essa situação tem aumentado e se espalhando cada vez mais e mais. As vitimas têm sofrido esse preconceito não só pessoalmente nas escolas, mas também através de celulares, sites e rede sociais.

O problema, modernamente chamado de BULLYING. Esse fenômeno ocorre em situações aparentemente não tão agressivas como ofensas, imitações, empurrões, risadinhas, fofocas, acusações injustas, apelidos etc. Isso vem afetando muito o desenvolvimento e a aprendizagem do aluno que é vítima, que passa a ter desinteresse por suas matérias, estreses e fazem com que o aluno preste menos atenção nas aulas, pois ficam preocupado com o que pode acontecer quando ele sair da escola ou até mesmo dentro da sala de aula.

Além de tudo isso, há ainda as consequências de saúde, que afetam muitas crianças e jovens. 
Um terço de todas as crianças costuma dizer que já foi alvo de Bullying. Ser alvo de bullying faz com que as crianças se sintam muito mal. O stress de ter que lidar com os agressores faz com que as crianças e jovens se sintam doentes e passam a sofrer com resistência imunológica baixa, algo que afeta a auto-estima, o que pode levar à depressão e até ao suicídio.
A saída é falar, e conversar, ou seja, procurar ajuda, começando com os pais. E os pais têm sempre que se mostrarem dispostos a ajudar e ouvir seu filho.



quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Um convite à reflexão


Um assunto que começa a ganhar repercussão na nossa sociedade é o plebiscito que ocorrerá no dia 11 de dezembro deste ano, em nosso Estado, quando será perguntada ao eleitorado do Pará sua posição sobre a divisão ou não do Estado. As frentes pró e contra já estão trabalhando pelos seus objetivos, o TSE praticamente já definiu as regras para a campanha, os excelentíssimos políticos já estão descendo do muro e ocupando os seus lados, e a população... bem, a população ainda está inerte nesse bolo todo. A voz que deveria gritar mais alto tem ficado calada, a opinião pública, ao que me parece, está ainda sem orientação.
Alguém que é a favor da divisão precisa ao menos saber quais as possíveis conseqüências desta escolha. O mesmo vale para quem é contra. Deve-se colocar em primeiro lugar a razão, ou seja, darmos nossa opinião e mostrá-las com argumentos convincentes do por que termos esta ou aquela escolha, somente em segundo lugar nosso coração. A população deve ser bem informada para que possa responder algumas perguntas de suma importância para um posicionamento mais racional sobre o assunto. Dentre essas perguntas pode-se destacar: por que a divisão? A quem interessa? Quem são as pessoas que coordenam as frentes? Quais as consequências e benefícios desta divisão? Respondidas essas perguntas, a sociedade pode gritar mais alto e dizer se quer o Pará divido ou não. Não basta dizer “eu amo o Pará e voto NÃO!” ou “Divisão é a solução para o abandono da nossa região, queremos presença do Estado, votemos SIM!”. Os argumentos são muito empolgantes, do ponto de vista sentimental, mas o que devemos colocar como ponto primordial para decidirmos o futuro do nosso Estado é o ponto de vista racional.
O plebiscito do dia 11 de dezembro é muito importante para nosso futuro. Não vamos votar como votamos nas eleições, quando depois de 4 anos quase sempre o arrependimento é certo. Nesse tipo de eleição, temos a chance de mudar, já no plebiscito a escolha é definitiva, não há chance de mudar quatro anos depois. Por isso, votemos com inteligência e, por mais difícil que possa ser, sejamos criteriosos com o nosso futuro e das demais gerações que estão por vir: antes de apertar 55 ou 77, pensemos muito, muito mesmo.

Aleffe Gama

Será!?


Estamos vivendo um ciclo de mudanças para apresentar ao mundo os dois eventos esportivos mais importantes da terra: Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas Rio 2016. Nós, brasileiros, somos apaixonados por esportes, mas será que merecemos dois eventos tão grandiosos em um curto período de tempo? Digo-lhes que, merecemos.
Mas será essa a tão chegada hora? Há quem diga sim, mas também há quem diga não. Vou-lhes ser sincero, merecemos sim eventos com tal magnitude em solo verde e amarelo, mas sempre se tem algo para repensar.
Quando chequei a estimativa de quanto iremos gastar nesses dois eventos me veio um pensamento: iremos gastar bilhões de reais para recebermos em nosso país americanos, franceses, africanos, japoneses e todo o resto do mundo, no entanto, em mais de 500 anos não conseguimos dar qualidade de vida a paulistas, gaúchos, nordestinos, amazônidas e a todos brasileiros que ajudaram á construir esse país.
Será que toda essa dinheirama não poderia ser investida em educação de qualidade para todos os pequenos filhos desta nação? Será que alguns bilhões não poderiam ajudar a melhorar o sistema público de saúde que se encontra doente? Será que outros bilhões não poderiam ser investidos em políticas públicas sociais para que não vejamos brasileiros morando em baixo de viadutos ou em cima de morros? Caros leitores, é dinheiro que daria para fazer uma revolução em muitas áreas que precisam de mudanças. Como podemos pensar na construção de estádios futuristas, que precisarão de bilhões de reais para serem erguidos, enquanto muitos brasileiros passam fome ou tentam sobreviver com um salário "míni"mo. Não consigo compreender porque temos que usar tanto dinheiro, que é nosso, para tentarmos dar a impressão de que não temos mais problemas.
Se quisermos mostrar que somos grandes, precisamos olhar e reparar os erros políticos que existem, e olha que são muitos. Arrumemos nossa casa, para depois mostrarmos ao mundo que somos grandes, que temos uma educação de qualidade, um sistema de saúde digno, uma “segurança segura”, uma infraestrutura capaz de acolher a todos. Assim, o mundo verá que o ''Brasil pode'', mas não tão cedo e desse jeito.
Aleffe Gama